Fui
convidado para acompanhar uma visita técnica ao prédio da Maesa, tombado como
patrimônio histórico e cultural. A maior parte do grupo de especialistas só conhecia
a fábrica do lado de fora e tinha, portanto, uma ideia muito superficial do
conjunto.
A primeira
surpresa foi ver lá dentro um lago, cercado de árvores, muitas delas carregadas
de frutas. No lago, carpas imensas nadavam na água limpa. O guia que
acompanhava a visita informou então que o recorde de peso tinha sido o de uma
carpa pescada com 18 quilos.
Mas a maior
surpresa para os olhos veio depois. Ao longo de toda Rua Plácido de Castro foi erguida
uma verdadeira muralha de contenção, toda de pedra basalto, com uma qualidade
técnica elogiada por arquitetos e engenheiros do grupo. Um deles chegou a afirmar:
“o principal patrimônio da Maesa é esse muro, ele precisa ser tornado bem visível
para quem entrar aqui”.
De minha
parte concordo inteiramente com a proposta. E acrescento à sua importância
concreta e material, também uma importância simbólica e imaterial: primeiro,
porque esse muro resgata todo um saber fazer dos “muratori”, isto é, dos
pedreiros que ergueram esta e outras cidades; segundo, porque são os “muratori”
os que lançam o fundamento de todas as edificações. E nada é construído sem uma
base sólida e confiável.
Resgatar o
muro da Maesa é recuperar, no plano real e no simbólico, a importância
fundamental dos que construíram seus fundamentos, se me é permitida uma ênfase
com jeito de tautologia.
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