segunda-feira, 20 de abril de 2015

A MURALHA DA MAESA

Fui convidado para acompanhar uma visita técnica ao prédio da Maesa, tombado como patrimônio histórico e cultural. A maior parte do grupo de especialistas só conhecia a fábrica do lado de fora e tinha, portanto, uma ideia muito superficial do conjunto.
A primeira surpresa foi ver lá dentro um lago, cercado de árvores, muitas delas carregadas de frutas. No lago, carpas imensas nadavam na água limpa. O guia que acompanhava a visita informou então que o recorde de peso tinha sido o de uma carpa pescada com 18 quilos.
Mas a maior surpresa para os olhos veio depois. Ao longo de toda Rua Plácido de Castro foi erguida uma verdadeira muralha de contenção, toda de pedra basalto, com uma qualidade técnica elogiada por arquitetos e engenheiros do grupo. Um deles chegou a afirmar: “o principal patrimônio da Maesa é esse muro, ele precisa ser tornado bem visível para quem entrar aqui”.
De minha parte concordo inteiramente com a proposta. E acrescento à sua importância concreta e material, também uma importância simbólica e imaterial: primeiro, porque esse muro resgata todo um saber fazer dos “muratori”, isto é, dos pedreiros que ergueram esta e outras cidades; segundo, porque são os “muratori” os que lançam o fundamento de todas as edificações. E nada é construído sem uma base sólida e confiável.
Resgatar o muro da Maesa é recuperar, no plano real e no simbólico, a importância fundamental dos que construíram seus fundamentos, se me é permitida uma ênfase com jeito de tautologia.

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