Comemoram-se
nesta semana os 140 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos na
localidade de Nova Milano, então sede da colônia – que por iniciativa política
de Feijó Junior teria local e nome mudados para a depois Colônia Caxias.
É uma data
em que voltam à tona lembranças, acontecimentos, registros e monumentos. Mas,
sobretudo, é uma data que chama a atenção nacional para a contribuição dos
imigrantes na construção da identidade brasileira, sem repetir a “balela das
três raças fundadoras”, como apostrofou o antropólogo Roberto Da Matta.
A data é
também oportuna para revisitar a literatura produzida tendo essa experiência
imigratória como tema. Ela é bem maior e mais sortida do que supõe a vã
filosofia da pressa de nosso tempo. Para começar, trago à tona o nome de Eloy
Lacava, submergido, ao que parece, em quase total esquecimento.
Eloy Lacava
publicou em 1986 o romance “Arrivederci
no Paraíso”, pondo as duas línguas no título para caracterizar a passagem de um
lado para outro do mundo. A narrativa põe em cena um casal de imigrantes que
sai de Montebelluna para a aventura de começar vida nova aqui na Colônia
Caxias. Um ano depois, Lacava publicou outro romance, com o título de “Vinho
Amargo”, centrado nos acontecimentos da
revolução de 1923.
Eloy Lacava
mistura ficção com fatos e nomes reais, jornalista que foi a vida inteira. Mas
sabe construir cenas do cotidiano e penetrar no interior das motivações. E expor
os conflitos políticos, nunca resolvidos, dos “colonos” com a ideologia dominante.
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